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O meu mestrado sobre as tartarugas-verdes dos Bijagós


Chamo-me Tumbulo Garcia Bamba e sou de natural de Bissau, Guiné-Bissau. Fiz a minha licenciatura em Ciências do Mar e do Ambiente na Universidade Lusófona da Guiné-Bissau. No ano 2018 ganhei uma bolsa de estudo para realizar um mestrado em Biologia Marinha e Conservação no ISPA- Instituto Universitário de Lisboa, financiada pela Fundação MAVA, no âmbito do projecto Consolidação da conservação das tartarugas marinhas no arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau”, coordenado pelo IBAP.


sea turtles tracks
Eu, na monitorização de rastos de tartarugas

O meu mestrado consiste em definir o nicho isotópico das tartarugas-verdes que desovam na ilha de Poilão, e estudar a abundância de ninhos e predação na ilha do Meio, e comparar com outras ilhas do Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão (PNMJVP), no arquipélago dos Bijagós, ao largo da Guiné-Bissau.


No ano de 2019 (Julho a Novembro) fiz as minhas actividades de campo, nas ilhas de Poilão e Meio no PNMJVP. Na pequena ilha de Poilão, encontra-se maior colónia de tartarugas-verdes (Chelonia mydas) de África, entre as maiores a nível mundial. As principais ameaças a esta espécie são a captura ilegal, a captura acidental nas artes de pesca, a poluição marinha, a destruição do habitat, e as mudanças climáticas, e a tartaruga-verde está classificada ameaçada, pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

sea turtle nesting beach
A patrulhar a praia de desova, ilha do Meio

O meu trabalho de campo foi feito em colaboração com técnicos e guardas-parque do IBAP, colaboradores Bijagós das comunidades locais, os estudantes Fernando Madeira (doutorando) e Mercedes Mandim (mestranda), e outros investigadores internacionais, e permitiu-me ganhar experiência técnica e científica, sobre a monitorização das tartarugas marinhas, recolha de amostras e colocação de transmissores por satélite.


sea turtles
Tartarugas-verdes com transmissores por satélite

As tartarugas marinhas são fundamentais para os ecossistemas marinhos, mas devido às ameaças provocadas pelos humanos várias populações estão em declínio, e sem esforços de conservação podem mesmo extinguir-se!


“Nó cuida de tataruga, nó pára mata elis, nó pára panha cé ovus. Kila na djudano panó continua tene recursos nano mar i anós tudu kuna n´ganha ku kila, entom nó luta contra matança ku panha cé ovus e nó conta nó ermons balur ki tataruga tene pa nós i na mundo m´pés”.


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